Reitor da Ufal recebe estudantes para debater os cortes no orçamento

Se não houver reparação financeira existe risco de atraso no início do próximo semestre letivo

Por Lenilda Luna - jornalista - Fotos - Jonatas Medeiros
13/12/2022 08h55 - Atualizado em 03/05/2024 às 10h41

O estado de espírito na comunidade universitária oscila entre a preocupação e a expectativa. Os cortes no orçamento no final deste ano já ultrapassam os 10 milhões de reais e impactam nas bolsas estudantis, salários dos terceirizados e funcionamento do restaurante universitário. 

Nesta segunda-feira (12), durante a tarde, o reitor Josealdo Tonholo recebeu representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e de alguns Centros Acadêmicos para apresentar detalhadamente a situação orçamentária. “Queremos resolver a situação. Os estudantes precisam ser atendidos em suas demandas. Queremos condições para estudar. É um absurdo o que o governo Bolsonaro está fazendo com as universidades”, ressalta Thatiana Machado, coordenadora do DCE. 

O pró-reitor Estudantil, Alexandre Lima, revela a preocupação com o possível atraso no início do próximo semestre letivo, previsto para 23 de janeiro. A Ufal tem 19,7 mil estudantes matriculados, destes, são 15 mil em situação de vulnerabilidade social, segundo dados da pesquisa Fonaprace, ou seja, a maioria. “São estudantes que necessitam do suporte de assistência estudantil. Não podemos iniciar o semestre se está faltando comida no restaurante e recursos para as bolsas”, alerta o pró-reitor. 

A expectativa do reitor é de que as negociações sejam mais tranquilas a partir do próximo ano. “Sabemos que não haverá uma solução imediata e que o governo Lula vai iniciar com um orçamento bastante limitado. Por outro lado, teremos melhores condições para apresentar nossas necessidades, com mais abertura para sermos atendidos. Precisamos não só reparar o rombo orçamentário, mas replanejar o financiamento do ensino superior público”, enfatiza o reitor. 

Essa é uma concepção estratégica da Educação, pondera Josealdo Tonholo. “As universidades públicas federais são importantes para a redistribuição de renda, numa perspectiva de superação das desigualdades sociais. Um governo que tem esse olhar, vai priorizar os recursos para a Educação. A Ufal é importante para o estado de Alagoas e toda a sociedade precisa defendê-la”, convoca Tonholo. 

Os estudantes promoveram um ato de protesto no hall da Reitoria, após a reunião com o reitor, que também desceu de seu gabinete para falar com todos e explicar a real situação hoje da Universidade Federal de Alagoas.