Enactus Ufal é finalista em prêmio nacional de empreendedorismo social

Projeto Ortu busca geração de renda a partir da construção e venda de módulos hidropônicos domésticos
Por Ascom Ufal com Assessoria Enactus Ufal
11/12/2020 08h53
Membros do Time Enactus Ufal no Conjunto Habitacional Antônio Lins, em fevereiro de 2020 (fotos: Enactus Ufal)

Membros do Time Enactus Ufal no Conjunto Habitacional Antônio Lins, em fevereiro de 2020 (fotos: Enactus Ufal)

O projeto Ortu do Time Enactus da Universidade Federal de Alagoas está entre os finalistas do Prêmio Sumitomo Chemical 2020, realizado em parceria com a Enactus Brasil. Em apresentação transmitida nesta sexta (11), às 17h no canal da Enactus Brasil no YouTube, o projeto concorre ao título de campeão nacional. São sete equipes finalistas selecionadas entre inscritos de todo o país que, durante este ano, passaram por treinamentos e avaliações com especialistas.

Ações que causam impacto social positivo e sustentável em comunidades de todo o país é o objetivo do edital Sumitomo Chemical. Este ano, seleciona os melhores projetos de Times Enactus para receber investimentos e mentorias com especialistas do mercado.

O edital Sumitomo Chemical abrange o desenvolvimento de iniciativas transformadoras que utilizem a consciência e a ética no agronegócio com alinhamento e coerência, boa gestão, impacto, escalabilidade e sustentabilidade.

O projeto Ortu

Representante da Ufal, o projeto Ortu tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de grupos que se encontram em vulnerabilidade social. A ideia é a geração de renda proporcionada pela construção e venda de módulos hidropônicos domésticos, um produto inovador com tecnologia desenvolvida pelos próprios alunos em parceria com conselheiros de negócios.

Sobre a importância da premiação para o projeto Ortu, a líder e estudante de Engenharia Química, Rayanne Damasceno relata: “O edital da Sumitomo Chemical foi essencial para o projeto começar de fato. Com a bolsa-auxílio nós conseguimos investir em materiais e equipamentos para que a gente pudesse construir nosso primeiro protótipo e através das mentorias conseguimos ter um olhar mais estratégico em relação ao nosso projeto, principalmente no setor de vendas”.

Por meio das capacitações em negócios e construção dos módulos, os membros do time são responsáveis por repassar conhecimentos sobre gestão, planejamento organizacional e educação financeira. Para cada venda, são destinados 70% do lucro aos impactados.

Hoje, o projeto Ortu trabalha em Rio Largo, com uma comunidade de nove pessoas diretamente impactadas no Conjunto Habitacional Antônio Lins, onde vivem quase duas mil pessoas que foram realocadas após as enchentes de 2010. “É um público bem diverso. Algo muito forte na comunidade é a falta de emprego. Muitas pessoas se locomovem até Maceió em busca de alguma fonte de renda e muitas vezes não conseguem. Nós queremos levar essa oportunidade que tantas pessoas buscam e não encontram”, reitera Rayanne, a líder do time.

Os resultados obtidos pelos times e o resultado da competição serão apresentados via live para toda a rede Enactus, parceiros e convidados nesta sexta (11). “Com tanta dedicação e esforço, conseguimos entregar um bom trabalho. Uma coisa incrível que eu acho é que no nosso time há um senso de união. Eu não acredito que uma líder consegue fazer qualquer coisa sozinha. Foi um processo muito trabalhoso, mas com dedicação, trabalho em equipe e a ajuda de várias pessoas conseguimos fazer dar certo”, finalizou Rayanne, sobre a participação do time Enactus Ufal na premiação.

Sobre a Enactus

A Enactus é uma organização presente em 37 países que engaja alunos de diferentes instituições de ensino, com apoio de professores e líderes de negócios, para desenvolver projetos de impacto social. A organização beneficia comunidades locais por meio de modelos de negócios sustentáveis e proporciona aos alunos o aprendizado na prática. A rede Enactus possui mais de 120 times de universitários que desenvolvem 200 projetos em 22 estados brasileiros, impactando a vida de mais de 77 mil pessoas.

A Enactus Ufal

O time Enactus Ufal surgiu em 2015 e ao longo de sua existência já impactou mais de 2.300 pessoas em Alagoas, acumulando diversas premiações como reconhecimento pelo seu trabalho. Atualmente, o time é composto por 44 voluntários, alunos de 17 cursos do Campus A.C. Simões, um professor conselheiro e cinco negócios de impacto social. Além do projeto finalista Ortu, o time Enactus Ufal conta com mais quatro projetos: Amitis, Cromo Somos, Elpis e Relúm.

O projeto Amitis busca combater os índices de subnutrição no estado por meio da instalação de hortas hidropônicas de baixo custo, proporcionando acesso à alimentação saudável e com alto valor nutricional. Durante a implementação das hortas é iniciado um ciclo de educação, conscientização ambiental e alimentar por meio de atividades lúdicas propostas para introduzir a cultura da hidroponia em escolas da rede pública de ensino e nas comunidades impactadas pelo projeto. Atualmente o Amitis está presente em três comunidades de Maceió: a Escola Doutor Balthazar de Mendonça, no bairro do Jacintinho, na Escola Nosso Lar 1, na Ponta Grossa, e na ONG MandaVer, no Vergel do Lago.

O projeto Cromo Somos trabalha na capacitação e inserção profissional de jovens e adultos com deficiência intelectual e Síndrome de Down. O projeto atua com uma metodologia própria que inclui diagnóstico personalizado, capacitações coletivas e acompanhamentos individualizados. Os ciclos de capacitação são divididos em três grandes áreas: culinária, artesanato e atendimento ao cliente.

Contribui com o desenvolvimento de 33 alunos da Fam Down (Família Alagoana Down, localizada na Pitanguinha) e já possui dois cases de sucesso, a Camila e o Allef, que hoje empreendem com suas próprias marcas, a “Delícias da Camy” e a “Gostosuras do Allê”.

O projeto Elpis quer criar uma plataforma digital, intuitiva e automatizada, voltada para a organização, a gestão de tempo e a qualidade de vida de professores. A desvalorização do profissional da educação foi o que motivou o time Enactus Ufal a buscar um facilitador por meio da tecnologia.

Hoje, o projeto Elpis atua com a colaboração de alunos voluntários que são programadores e designers para que, por meio de capacitações e o contato direto com as demandas de professores, a plataforma evolua e sejam melhorados os serviços oferecidos.

O projeto Relúm vem para viabilizar a produção de energia limpa, acessível e de qualidade, por meio de uma tecnologia que utiliza gás proveniente de resíduos, de forma a intervir na economia circular e no melhor tratamento de lixo. Pelo descarte incorreto realizado em aterros sanitários, mares e oceanos, a quantidade de lixo gerada anualmente afeta diretamente no agravamento do efeito estufa. Por isso, o projeto traz uma nova oportunidade de trabalho mais seguro a catadores, trazendo melhores condições de trabalho e modificando suas perspectivas de vida.