Mais conhecimentos, política e luta social compõem o apoio aos estudantes

Na última matéria sobre convivência e permanência dos estudantes da Ufal vamos falar sobre seus representantes
Por Lenilda Luna - Jornalista e Pedro Ivon - estagiário de Jornalismo
02/09/2019 13h27 - Atualizado em 04/09/2019 às 12h30
DCE da Ufal é formado por estudantes de várias correntes de pensamento

DCE da Ufal é formado por estudantes de várias correntes de pensamento

A participação político-social na Universidade também faz parte da vida acadêmica. Os estudantes são representados por entidades fundamentais para que tenham voz ativa na sociedade. 

A representação geral dos universitários no Brasil é feita pela União Nacional dos Estudantes (UNE), fundada em 1937, com mais de oito décadas de história e participações relevantes em grandes campanhas nacionais, como O Petróleo é nosso (anos 40), Pela Anistia (anos 70), e Eleições diretas para presidente (anos 80). 

Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), assim como em outras instituições, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) representa a categoria. “O movimento estudantil é formado por estudantes de várias correntes de pensamento, dessa forma, é um importante espaço de aprendizagem para aprender a conviver com opiniões diversas e construir consensos em torno de anseios comuns. Essa é uma lição que se leva para a vida”, destaca Tiago de Luca, presidente do DCE Quilombo dos Palmares (Ufal).

Enfrentamento ao racismo 

Com as políticas de cotas nas Universidades, implementadas desde os anos 90, o acesso de descendentes afro-brasileiros nas Universidades aumentou, principalmente de estudantes de baixa renda. 

Dessa forma, foi preciso debater e construir políticas de permanência desses alunos na Universidade. O enfrentamento ao racismo dentro da instituição e na sociedade também se fortalece com entidades que representam estudantes negros no ensino superior. Foi assim que surgiu a Associação de Negros e Negras da Ufal (ANU), que em maio deste ano realizou a 1ª Calourada Preta. 

Os organizadores destacaram que as pessoas negras encontram muito mais dificuldades para alcançar uma vaga na Universidade, e ainda precisam enfrentar os obstáculos de adaptação ao meio universitário, que reproduz os preconceitos da sociedade. “Pessoas de pele preta ainda são minoria nos espaços acadêmicos, mas já demarcam uma posição e servem de referência para outros jovens negros recém-chegados na Universidade", destacam os integrantes da ANU. 

Preparação para a vida 

Os estudantes do ensino superior têm desafios diários de lidar com o conteúdo dos seus cursos e estar atualizados com as dinâmicas informações do mundo. Isso é ser participativo com questões que envolvem o presente e o futuro. 

Cada graduação da Ufal tem um Centro Acadêmico (CA) que pensa e planeja ações para facilitar a cotidiano universitário e estimular o envolvimento estudantil com as questões do próprio curso e da profissão. 

Um entre vários exemplos é o CA de Engenharia Civil possui uma iniciativa que auxilia os estudantes do curso a adquirir mais conhecimentos. Na sala do CA, localizada no Centro de Tecnologia (Ctec), foi montada uma estante onde estão disponíveis os materiais dos alunos que já concluíram a graduação, separados por período. 

A ideia surgiu a partir de uma tradição já existente. Os formandos tinham o costume de repassar seus materiais para os mais novos no curso, então o CA viu a necessidade de agrupar tudo em um lugar. 

“São apostilas, resumos, provas antigas e trabalhos”, explicou Maria Kyara, membro do CA. Também de acordo com Maria, não é preciso realizar um cadastro para pegar o material, sendo necessário apenas assinar o nome e informar contato, período do curso a data da retirada em um caderno disponível no próprio Centro Acadêmico. 

O espaço dedicado a compartilhar os conteúdos que foram importantes para os já graduados é bastante visitado e útil para quem precisa de um apoio extra na hora de estudar as disciplinas. 

Mas a assistência dos CAs vai além. Os centros também organizam cursos de maneira pontual, sobre assuntos relevantes conforme o estágio do aluno na graduação, contando sempre com o apoio dos professores que ministram as atividades ou colaboram no planejamento. 

O estudante não está sozinho. É uma rede de apoio na Universidade que pensa em cada detalhe para um bom desempenho acadêmico. Seus representantes eleitos projetam expectativas e necessidades da categoria, e como vimos nas outras reportagens, as áreas financeira, emocional e social também precisam estar equilibradas. A Ufal é abrigo, elo de amizades e um universo de possibilidades para os mais de 25 mil estudantes. 

Confira todas as reportagens em homenagem aos estudantes da Ufal: 

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