Altruísmo e consciência coletiva são exemplos práticos entre os estudantes da Ufal

Conheça mais histórias que impactam na convivência e permanência dos nossos alunos

Por Janyelle Vieira – estudante de Jornalismo e Emídio Ferraz – estudante de relações públicas
23/08/2019 16h37 - Atualizado em 03/05/2024 às 12h29
Desde o início do projeto, mais de 400 locomoções acompanhadas foram feitas dentro do campus (Na foto,  Ana Laryssa, estudante de Educação Física e Rafael Albuquerque, estudante de Psicologia).

Desde o início do projeto, mais de 400 locomoções acompanhadas foram feitas dentro do campus (Na foto, Ana Laryssa, estudante de Educação Física e Rafael Albuquerque, estudante de Psicologia).

Milhares de rostos diferentes circulam pela Ufal todos os dias. Alguns parecem mais familiares do que outros de tantas vezes que se cruzam, seja no ônibus, no bloco de aulas ou entre uma caminhada para ir lanchar. No meio do campus há também quem não enxerga esses rostos, mas pode contar com um braço de apoio. Um guia, quem sabe um amigo. Em mais uma reportagem sobre ações que influenciam positivamente a convivência e permanência dos estudantes da Ufal, vamos mostrar o exemplo de Leonardo Costa, um desses estudantes que não passam despercebidos.

Ele escolheu ser voluntário para ajudar outros estudantes que necessitam de cuidados especiais para se locomover. O aluno faz parte do projeto Mobi Ufal, uma rede de voluntários que se articulam por meio de um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp, onde também estão cadastrados os estudantes com deficiência e a coordenadoria da ação, do Núcleo de Acessibilidade (NAC).

Ajudar outros estudantes é um prazer, relata Leonardo: ‘‘Você aprende a enxergar o mundo com outros olhos. Assim, eu posso contribuir para minorar as barreiras encontradas pelos alunos com deficiência”. O auxílio no deslocamento é prestado para os mais diversos espaços da Ufal e através da participação da comunidade universitária, principalmente discentes. O pedido de ajuda é feito via mensagens instantâneas, no próprio grupo.

‘‘Sempre que preciso peço no MobiUfal a solicitação de acompanhamento para algum lugar: Biblioteca, RU, bloco João de Deus, Letras Libras e ICS... São os lugares que mais frequento na Ufal. Com o MobiUfal facilitou muito a questão de acessibilidade na Universidade’’, conta o estudante Paulo César.

Desde o início do projeto, mais de 400 locomoções acompanhadas foram feitas dentro do campus. Além de atuar como suporte à questão da acessibilidade, a ação se torna relevante por ligar a comunidade acadêmica à causa da inclusão.   

Ajudar o outro, o bolso e o planeta 

Provocar o pensar em questões sociais de uma maneira diferente é mesmo um dos mais importantes papéis da universidade. Os efeitos benéficos são sentidos por várias gerações de estudantes que passam pela Ufal. Gestos de solidariedade são vistos em inúmeros exemplos como o Mobiufal, as campanhas encabeçadas por estudantes em prol de doação de sangue, arrecadação de alimentos, agasalhos, ou até caixinhas solidárias deixadas nos banheiros para alguma emergência feminina. 

Essa corrente do bem também pode ser aplicada para colaborar financeiramente com os alunos que precisam de uma ajuda extra para se manter na Universidade. Foi com essa ideia que estudantes de Arquitetura e Urbanismo e Design criaram um grupo na rede social Facebook para realizar negociações de materiais usados no curso. 

Nathália Feitosa, estudante do 8º período de Design conta que já nas primeiras disciplinas há uma grande demanda de trabalhos manuais e prática de desenhos e, por isso, muitas vezes é necessário estar na Universidade durante todo o dia, já que em casa os estudantes não possuem todas as ferramentas para executar as atividades. Ainda nos primeiros períodos da graduação ela comprou, de segunda mão, uma prancheta para desenho. “Fui vendo que seria muito útil para ter em casa e me ajudar nos momentos em que eu não pudesse estar na Universidade. Ela me ajudou muito durante toda minha graduação em todos os tipos de trabalhos da Universidade e também, os extracurriculares. Comprar uma mesa [nova] seria muito caro e a prancheta estava em boas condições. Estou prestes a me formar e, agora, vai ser a minha vez de repassar a mesa para venda e ajudar mais pessoas”, ressalta. 

Quem se deu bem na negociação foi a estudante de Design, Águeda Paranhos. Ela complementa que vale a pena vender os materiais quando não serão mais utilizados durante o curso. “Vendi uma prancheta grande e como eu não estava utilizando mais, ela tomava muito espaço no meu quarto. Na época eu estava precisando de um dinheiro de reserva, então foram dois motivos pra mim”, lembra. 

Águeda e Nathália saíram satisfeitas com o negócio, mas o material compartilhado por elas em momentos distintos da graduação concretiza uma das principais ideias do grupo no Facebook: promover a prática de reuso, incentivando o consumo sustentável.