Egresso do Campus Arapiraca é premiado em evento internacional de Física

Pesquisa iniciada durante a graduação foi considerada a melhor do congresso
Por Cairo Martins - estagiário de Jornalismo
17/07/2018 08h00 - Atualizado em 17/07/2018 às 19h09
Everton segurando o diploma recebido pelo Institute Of Physics (IOP)

Everton segurando o diploma recebido pelo Institute Of Physics (IOP)

O empenho em pesquisa e a parceria entre professor e discente resultou em uma significativa premiação para o Campus Arapiraca. O egresso Everton Brito de Lima que cursou Física Licenciatura, foi premiado na 41ª edição do Encontro de Outono da Sociedade Brasileira de Física (EOSBF), na categoria de melhor banner na sessão de Ótica e Fotônica e de melhor pôster cedido pelo Institute Of Physics (IOP), onde garantiu um diploma e a quantia de U$ 250. O tema premiado contou com a orientação do professor José Henrique Araújo. 

A pesquisa intitulada Força de radiação acústica gerada por um feixe super-focalizado, do inglês Acoustic radiation force exerted by a subwavelength focused beam, teve início por meio do Programa de Iniciação Científica (Pibic) enquanto Everton era aluno de graduação. Hoje, mestrando no programa de Física da Matéria Condensada, do Instituto de Física (IF) do Campus A.C. Simões, contribui no desenvolvimento de estudos sobre força de radiação acústica, no Grupo de Acústica Física (GAF). 

Segundo Everton, a pesquisa tem se tornado relevante pela contribuição para as diversas áreas. “Os estudos sobre a manipulação de partículas por meio da força de radiação acústica, têm ganhado destaque nos últimos anos, devido a sua versatilidade em aplicações nas mais diversas áreas, como por exemplo, na biologia, medicina e biotecnologia. A recente descoberta dos feixes super-focalizados, tornou a utilização de ondas acústicas ainda mais eficientes”, relata o estudante. 

Ele conta que a parceria entre professor e aluno foi um fator determinante que trouxe o êxito e o reconhecimento de seu trabalho. “É fundamental evidenciar a importância da orientação no processo de produção científica. Antes de ter um orientador, eu apenas tinha o prazer de estudar, mas não sabia como direcionar este anseio para fazê-lo gerar frutos. No entanto, não só uma orientação é necessária, como uma boa relação comunicativa, entre o orientando e seu orientado”, destaca Everton. 

O mestrando ressalta que o esforço, a dedicação, o empenho e as oportunidades fazem com que os sonhos e o reconhecimento sejam alcançados. Everton Brito, é natural de um povoado, próximo a cidade de Junqueiro, interior do estado de Alagoas, onde a renda é fundamentalmente agrícola. Ele conta que nem imaginava a grandiosidade do seu trabalho. 

“Ficamos tão focados que acabamos não percebendo a proporção que nosso trabalho acabou ganhando. Nossa origem não interfere em nossa capacidade, visto que um garoto do interior foi perfeitamente capaz de fazer parte de um grupo de pesquisa de umas das melhores universidades do Estado, onde desenvolveu um trabalho científico que seria reconhecido por um órgão internacional. É muito bom ser reconhecido pelo projeto exercido”, relata feliz. 

Para o professor José Henrique, a conquista tem um sabor especial. “Esse prêmio é de grande importância para nós do Campus Arapiraca, bem como para o GAF no qual realizamos pesquisa no laboratório do professor Glauber Tomaz Silva”, declara o docente. 

O discente Ayslan Guedes, graduando do curso Física Licenciatura, orientado pelo professor José Henrique, também participou do evento onde apresentou seu trabalho com o tema Geração de feixes super-focalizados utilizando objetos não esféricos como lentes, que consiste em encontrar meios de utilização no campo da microscopia e na formação de pinças acústicas. “Minha pesquisa teve como objetivo gerar um feixe acústico super-focalizado usando um elipsóide de rexolite. O que eu procurei foram formas de aumentar a intensidade deste feixe modificando os raios do elipsóide e o material do qual o mesmo era feito”, esclarece o estudante do 8º período. 

Ayslan reafirma a importância e o apoio do professor Henrique Lopes no processo de pesquisa e execução do trabalho. “Meu orientador foi realmente excelente. Além de me acompanhar em todos os momentos, dispõe de grande conhecimento e experiência, e faz uso de diferentes meios de transmitir os melhores caminhos para se chegar a um bom entendimento do assunto”, frisa. 

Everton falou sobre o desejo de que a premiação sirva de incentivo para outros estudantes, principalmente do Campus Arapiraca. “Infelizmente ainda sou testemunha de muitos colegas discentes que têm grande potencial, mas que acaba sendo desperdiçado por falta de orientação. Tenho esperança que a sociedade abra os olhos para a importância da pesquisa científica no desenvolvimento da sociedade como um todo”, finaliza.