Pró-reitoria Estudantil orienta bolsistas e anuncia novos projetos

Reuniões aconteceram em dois turnos com cem novos estudantes do Pró-graduando


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Equipe da Proest recepcionou os estudantes

Equipe da Proest recepcionou os estudantes

Lenilda Luna - jornalista

A Pró-reitoria Estudantil (Proest) reuniu, nesta quinta-feira (1º), os cem novos bolsistas que estavam na lista de espera para a bolsa Pró-graduando. A reunião, realizada em dois turnos, serviu para dar orientações sobre as atividades. A bolsa segue os critérios estabelecidos no Plano Nacional de Assistências Estudantil (Pnaes) com o objetivo de contribuir para garantir igualdade de oportunidades aos estudantes de baixa renda, evitando a repetência e a evasão escolar. Os bolsistas recebem um valor de R$ 400 mensais.

Durante a reunião, os estudantes tiveram a oportunidade de fazer suas apresentações. "Foi um momento muito importante quando eles reforçaram que a bolsa é um direito, uma conquista. Democratizar o acesso ao ensino superior passa também por garantir a permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade social", destacou a pró-reitora Estudantil, Analice Dantas.

O Edital pelo qual os estudantes foram selecionados foi publicado em 2015 e executado esse ano, já na gestão da reitora Valéria Correia. "Ficamos com um cadastro de reserva de mais de 900 estudantes, mas já conseguimos atender em torno de 40%, na capital e no interior e a nossa expectativa é de ampliar as chamadas desse edital", relata a pró-reitora.

Brenda Lima, estudante de Nutrição, foi uma das convocadas. "Fiquei muito feliz. A minha situação já estava ficando muito difícil. O curso é em horário integral, tem muitas atividades em laboratório, precisa tirar cópias. Com a bolsa, posso tirar um peso do orçamento da família, que já é muito apertado", relata a estudante.

A graduanda em Nutrição ficou bastante impressionada também com o relato dos colegas. "Muitos falaram que sem a bolsa, não conseguem garantir nem o transporte diário. São estudantes que precisam pegar dois ônibus na ida e na volta, com a passagem custando mais de R$ 3, fica complicado", pondera Brenda.

Renata Souza, estudante do 3º período de Pedagogia, vem de longe todos dos dias para estudar. Ela mora em um povoado de Coruripe, litoral sul de Alagoas, distante 80 Km da capital. "Tenho que pegar uma condução para o centro da minha cidade e depois um ônibus para Maceió, e outro para a Ufal. Quando falta dinheiro para o transporte, eu pego carona na pista. Mas isso é muito arriscado", revela a estudante

Agora Renata está aliviada. "Eu já tinha até desistido, ia trancar o curso. Meu pai está desempregado e minha mãe está se recuperando de uma cirurgia. Mas quando vi meu CPF na lista de convocação, foi uma alegria muito grande, porque vou poder continuar na Universidade e participar de programas de extensão", comemora a estudante.

Emanuella Lima, também de Pedagogia, tem outra situação difícil e precisa realmente da bolsa para se manter na Ufal. "Minha mãe é professora da rede privada e não ganha mais que um salário mínimo para sustentar a mim e a minha irmã com muita dificuldade. Não dá para as despesas da Ufal. Meus amigos e até minha professora ajudam, pagando as cópias. É muito esforço, até com fome às vezes, para melhorar de vida. Com a bolsa, eu vou mudar o rumo da minha vida", garante a estudante.

Os cortes

Apesar dos cortes de verbas, a Proest está mantendo todas as ações. "É um desafio e um compromisso dessa gestão, mesmo com os cortes no orçamento, priorizar e garantir a assistências estudantil, com pagamento de bolsas em dia e a manutenção dos restaurantes universitários", garante a pró-reitora Analice Dantas.

Atualmente, a Ufal mantem cerca de 2,5 mil estudantes nos programas de assistência estudantil, entre bolsa Pró-graduando, auxílio moradia e auxílio alimentação. "Além disso, temos os três restaurantes universitários e ainda vamos colocar em funcionamento os restaurantes do Campus do Sertão e do Campus Arapiraca. Estamos trabalhando para ter, em 2017, os cinco restaurantes funcionando", projetou Analice.

A pró-reitora destaca que, esse ano, de forma inédita, o contingenciamento atingiu o Pnaes. "O programa de assistência, que antes estava sendo preservado, sofreu um bloqueio de 20% dos recursos no orçamento de 2016. Precisamos fazer escolhas, mas estamos mantendo todas as ações de apoio à permanência dos estudantes de baixa renda. É um compromisso dessa gestão", destacou Analice.

As filas do RU

Os restaurantes universitários atendem aos comensais, que são os bolsistas, e também ao público universitário em geral. No Campus A. C. Simões, onde o público é maior, as filas para os alunos que não são bolsistas têm sido grandes. "Estamos trabalhando para diminuir as filas. Temos um projeto que em breve será apresentado e esperamos ter mudanças importantes para agilizar o fluxo de atendimento", informou a pró-reitora

Novo edital

Também tem novidades para a Residência Universitária Alagoana. "Estaremos convocando os estudantes selecionados no último edital para as 54 vagas, das duas novas casas que foram entregues esse ano. Estamos também sanando problemas das casas já habitadas, mas que não estavam totalmente finalizadas. Em algumas, faltavam os armários, que agora estão sendo colocados", explicou Analice.

A Proest está planejando lançar um novo edital, para contemplar os estudantes de baixa renda que entraram nos semestres 2016.1 e 2016.2. "Neste novo edital, além da bolsa Pró-graduando e dos auxílios alimentação e moradia para os estudantes do interior, pretendemos incluir o auxílio moradia também para os estudantes do campus A. C. Simões, pois temos muitos estudantes do interior e de outros estados", anunciou a pró-reitora.