Estudantes são premiados entre melhores experiências de estágio de Alagoas

André Gelvys e Soraya Dias propuseram mudanças de melhoria em seus ambientes laborais


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Soraya Dias acredita que o prêmio dá melhor visualização e aceitação ao trabalho desenvolvido | nothing
Soraya Dias acredita que o prêmio dá melhor visualização e aceitação ao trabalho desenvolvido

Jhonathan Pino - jornalista 

A volta às aulas tem um peso diferente, ao menos para dois alunos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). André Gelvys Ferreira, do curso de Administração do Campus Arapiraca e Soraya Dias, do curso de Biblioteconomia, do Campus A.C. Simões, em Maceió, estão com o currículo mais extenso, após terem suas experiências de estágios reconhecidos com o Prêmio IEL de Melhores Práticas de Estágio, em setembro passado.

Com a premiação, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) busca valorizar as inovações nas empresas e incentivar os jovens talentos, divulgando os casos de sucesso do Programa de Estágio do Instituto. O perfil procurado pela comissão avaliadora do prêmio se encaixou ao de André, que estimulado por sua coordenadora, Lucélia Maria, pôde desenvolver uma metodologia que promovesse melhorias da qualidade, na empresa em que atuavam, a Araforros.

Juntos, eles apresentaram um projeto à gerência e diretoria, que simplificava a rotina de trabalho no local, a partir do de Programa 5S, em referência ao método criado pelos japoneses, no pós-guerra, que inclui o cuidado aos ambientes, equipamentos, materiais, métodos, medidas e pessoas envolvidas na organização.

“Tive a oportunidade de me aprofundar no estudo da gestão da qualidade, o que me levou a conhecer a metodologia 5S, que me chamou atenção pela simplicidade na aplicação, execução e pelo impacto organizacional. Após conversas com a minha coordenadora, percebemos o quanto essa ferramenta poderia auxiliar na melhoria contínua, tive a oportunidade de elaborar um projeto de implementação e manutenção da metodologia, criando assim, uma identidade adaptada e voltada para a realidade da Araforros”, lembra o estagiário.

O projeto foi aprovado pela direção e nele ficou definido toda a sistemática para a implementação e manutenção do programa, além do treinamento com os colaboradores da empresa. A estes também foram apresentados os conceitos, objetivos e a metodologia do plano, para que se tornassem multiplicadores do 5S.

De acordo com André, a aplicação do programa à organização se refletiu no aumento da produtividade dos funcionários. “Pouco tempo depois os impactos sobre limpeza e organização já eram visíveis nos setores da empresa, e observou-se também melhoria no bem-estar dos colaboradores e no ambiente organizacional, tornando-os mais susceptíveis às mudanças. Agindo juntamente com outras estratégias e com investimentos na linha de produção, como a instalação de um sistema automatizado de preparação de composto e alimentação das extrusoras,” detalha.

O trabalho serviu de referência para a implantação de novos programas de qualidade que viriam a seguir, como o Programa Araforros de Melhoria Contínua e a metodologia Kaizen, em desenvolvimento na instituição. Percebendo os resultados no ambiente de trabalho, Lucélia, a coordenadora de André, o incentivou a participar do Prêmio do IEL, que ela própria já havia conquistado em 2011.

Aluna de Biblioteconomia desenvolveu práticas para o Arquivo do Estado

Apesar de ter sido reconhecida com o terceiro lugar pelo IEL este ano, Soraya reconhece que o seu Projeto de Gestão Documental, para a Secretaria de Segurança Pública, foi fruto de experiências somadas em estágios no Museu Théo Brandão, no Instituto de Identificação e no Setor de Protocolo e Arquivo, da mesma secretaria, todos na área de arquivologia. “É como se eu tivesse adquirido uma linha de pesquisa na graduação, que é a do Arquivo”, diz

O projeto premiado foi solicitado pelo coordenador do Instituto de Identificação, mas só pôde ser implementado quando ela já estava no Protocolo. Nele, a discente do 6º período de Biblioteconomia procura melhorar as práticas de tratamento das informações.

Soraya declara que antes de fazê-lo, teve que estudar toda a tramitação dos processos na instituição. Ela entrou em contato com os setores que lidam com o recolhimento de informação, conversou com os setores de tecnologia e informática para elaborar melhorias na visualização dos processos e migração dos arquivos físicos para o ambiente digital e elaborou uma proposta de treinamento com o pessoal que trabalha no Arquivo.

De acordo com Soraya, o conhecimento adquirido no curso foi essencial para repensar a forma de trabalhar com as informações da instituição. “A gente vê que as pessoas associam muito Arquivologia e Biblioteconomia. Apesar de serem diferentes, em comum esses dois trabalham com o tratamento informacional, não só com os livros, mas com uma gama de documentos”, destaca a aluna, que agora espera aplicar o projeto a realidade da instituição.