Alunos do Timor-Leste iniciam graduação na Ufal

Eles são os primeiros daquele país a ingressar na universidade alagoana


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Octávio Manuel, Auxiliadora Carvalho e João Antônio são os primeiros alunos do Timor na Ufal | nothing
Octávio Manuel, Auxiliadora Carvalho e João Antônio são os primeiros alunos do Timor na Ufal

Jhonathan Pino - jornalista

Neste mês a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) recebe três novos estudantes estrangeiros. Auxiliadora Carvalho, João Antônio Gomes e Octávio Manuel dos Reis vieram de Timor-Leste, pequeno país sudeste asiático, para fazer graduação no Brasil.

Colônia de Portugal até 1975, o país tem pouco mais de 1 milhão de habitantes e foi descolonizado em 1999, após guerras com sua vizinha Indonésia. Dos dois países, além da cultura, Timor herdou os idiomas indonésio e português e os adotou como oficiais. Após uma história recente tão tumultuada, o país está buscando parcerias para o seu desenvolvimento e esse é o motivo dele fazer parte do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), instituído pelo Ministério da Educação com países em desenvolvimento com os quais o Brasil mantém acordos educacionais e culturais.

Esse ano Timor-Leste envia 42 estudantes para fazer suas graduações no Brasil. Eles têm entre 18 e 25 anos e muitos já faziam a graduação na Universidade Nacional Timor-Leste (UNTL), quando foram selecionados. Agora vão ter que encarar cursos novos e mudanças nos hábitos, idioma e na comida, como é o caso de Auxiliadora. Ela saiu do curso de Geologia Petrolífera, para iniciar tudo de novo em Arquitetura e Urbanismo na Ufal. “A língua é um pouco diferente, a comida também é parecida, mas o tempero não”, relata.

Conforme Octávio Manuel, ingresso no curso de Ciências Econômicas, a educação no Brasil é mais desenvolvida que o Timor e por isso é essencial a parceira entre os dois países. “Vários professores brasileiros vão ao Timor para auxiliar o país com seus conhecimentos”, lembra.

Sharon Hsu, curadora dos estudantes pela Assessoria de Intercâmbio Internacional (ASI), está os auxiliando em questões como documentação, moradia e locomoção dos estudantes. Para recebê-los ela fez um breve estudo sobre a realidade timorense. “Não existe transporte público em Timor. Apenas 1% da população tem acesso a internet, 5% a eletricidade e ninguém à água tratada”, enfatiza. Em cinco anos, quando voltarem ao seus país, os três pretendem levar não só as experiências, mas o conhecimento para o desenvolvimento daquela nação.